Irriganor conta com o apoio do MAPA para o encaminhamento de solução definitiva de embargos em áreas de irrigantes da Bacia do Córrego Rico em Paracatu-MG
Ontem (15/10/2020), estiveram reunidos por videoconferência, a presidente da Irriganor (Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Noroeste de Minas) Sra. Rowena Betina Petroll, equipe técnica ambiental e jurídica da associação, além de técnicos da DIPOV (Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal) pertencente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), técnicos especializados nas amostras das águas, plantas e grãos coletados na bacia do córrego Rico em Paracatu-MG (Centro de Tecnologia Agrícola e Ambiental – CAMPO) e o responsável pela pesquisa e estudo de campo, o professor PhD, Luiz Roberto Guimarães Guilherme.
Foto: Presidente da Irriganor (Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Noroeste de Minas) Sra. Rowena Betina Petroll. Em fevereiro/2020, usuários da bacia do córrego Rico foram surpreendidos com a notícia de suspensão de todos os usos (dessedentação animal, doméstico, irrigação, etc) das águas deste curso hídrico e seus contribuintes por 5 anos pelo Instituto Mineiro de Gestão das Água- IGAM, sob a alegação de detecção de altos índices de arsênio encontradas nas amostras de água.
Sensibilizada com a problemática situação dos produtores rurais e irrigantes que tiveram os seus direitos de captação dos recursos hídricos cessados repentinamente, a Irriganor vem se mobilizando desde então, junto aos órgãos competentes em Minas Gerais para resolução e reconsideração das suspensões das outorgas. Os produtores rurais e irrigantes se uniram e apresentaram ao IGAM um novo estudo contendo resultados das amostras das águas coletadas no córrego Rico e seus tributários.
Este estudo resultou na revisão dos trechos embargados pelo órgão competente, mas não foi suficiente na visão do IGAM para liberar todos os usos na bacia, ficando muito impeditivo ainda aos produtores rurais e irrigantes exercerem suas atividades.
Outro estudo foi sugerido, custeado e apresentado pelos próprios produtores rurais impactados após reunião ocorrida com participação de representantes da Irriganor, IGAM, técnicos responsáveis pelos estudos na área da CAMPO e PhD Luiz Roberto e este foi voltado para a estratificação do arsênio no solo e sua disponibilidade em plantas e grãos.
Os resultados obtidos posteriormente foram apresentados ao IGAM, porém se obteve como justificativa do Instituto não ser de sua atribuição a análise dos estudos de estratificação do arsênio no solo, plantas e grãos, tendo como missão o IGAM: “Garantir a gestão compartilhada e descentralizada das águas e assegurar a sua oferta adequada em qualidade e quantidade, visando o desenvolvimento sustentável”.
A reunião ocorrida ontem com técnicos analistas da DIPOV pertencente ao MAPA é mais uma tentativa na busca de resolução definitiva dos impasses e problemáticas envolvendo os embargos na bacia do córrego Rico. O MAPA comovido com a exposição da situação dos usuários na bacia e fundamentado nos estudos que foram apresentados, se colocou à disposição para realizar novas análises do solo, plantas e grãos na região em parceria com a Irriganor, IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) e outros, uma vez que, os estudos já levantados demonstraram não haver contaminação do elemento arsênio para as plantas e grãos oriundos da irrigação.
A Irriganor tem como uma das suas missões garantir a segurança alimentar e o estudo apresentado mostra esse alinhamento. Os produtores que tiveram suas atividades cessadas bruscamente aguardam ansiosos por uma solução, pois necessitam desenvolver suas atividades agropecuárias para garantir sua sobrevivência.
Texto: Juliana Gracieli R. de Oliveira
Bióloga, Coordenadora Executiva – Irriganor
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